São variados os espaços geográficos e, estão relacionados com o percurso da personagem principal. Assim os espaços privilegiados são Sta Olávia (infância e educação de Carlos), Coimbra (seus estudos, e primeiras aventuras amorosas) e Lisboa, onde irá desenrolar-se toda a acção após a sua formatura e regresso da sua “longa viagem pela Europa”. Sintra e Olivais são espaços também muito referidos, mas onde não se passa qualquer acção de relevo no romance. Os espaços interiores são descritos exatamente de acordo com as personagens. Os espaços interiores mais destacados são O Ramalhete, o quarto da Toca, a Vila Balzac e o consultório de Carlos.
Narrador:
Tipo de narrador (presença): Heterodiegético
De acordo com as características do Realismo/Naturalismo, pois permite uma análise social muito mais objectiva e eficaz, pelo distanciamento que caracteriza este tipo de narrador.
Marcas linguísticas:
- Formas verbais na terceira pessoa
- Pronomes e determinantes na terceira pessoa
- Discurso indireto livre
Tempo:
Entende-se por tempo histórico aquele que se desdobra em dias, meses e anos vividos pelas personagens, reflectido até acontecimentos cronológicos históricos do país.
Nos "Os Maias", o tempo histórico é dominado pelo encadeamento de três gerações de uma família, cujo último membro (Carlos), se destaca relativamente aos outros.
A fronteira cronológica situa-se entre 1820 e 1887, aproximadamente.
Assim, o tempo concreto da intriga compreende cerca de 70 anos.
Intriga:
Eça serve-se da história de uma família para narrar as desventuras de uma sociedade. Assim, o romance acompanha dois níveis de acções distintos, um decorrente do título “Os Maias” , tem por personagem central Carlos e se subdivide numa intriga principal e numa intriga secundária, outro decorrente do subtítulo “Episódios da vida romântica” foca a descrição de eventos recreativos da sociedade portuguesa da Regeneração, constituindo a crónica da costumes.
O nível de acção decorrente do título dá-nos a conhecer a história da família Maia ao longo das gerações de Caetano, Afonso, Pedro e Carlos da Maia. A intriga principal é constituída pelo romance entre Carlos e Maria Eduarda; a intriga secundária dos amores de Pedro e Maria Monforte é necessária para construir a intriga central. A acção das intrigas é fechada porque não há possibilidade de continuação: Pedro suicida-se, Maria Monforte já morreu, Maria Eduarda e Carlos suicidam-se psicologicamente perdendo a capacidade de amar, e Afonso morre. A temática do incesto desencadeia toda a intriga.
A crónica de costumes engloba os ambiente sociais, os figurantes e seus comportamentos, bem como as relações do protagonista Carlos, quer com o ambiente, quer com as personagens, pelo que os episódios são acções ainda que com duração limitada, é uma acção aberta porque cada episódio pode continuar. É fundamentalmente ao nível da intriga principal que surge a crónica de costumes, pelo que ambas se desenvolvem em paralelo.
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