Tempo histórico: conjunto de referências a acontecimentos reais que conferem cor epocal ao texto e que permitem a sua inserção numa determinada época. No Frei Luís de Sousa encontramos referências a:
1. Batalha de Alcácer- Quibir, 4 de Agosto de 1578;
2. Reforma - meados do séc. XVI;
3. Governação por Castela, D. Filipe II de Espanha, I de Portugal, aclamado rei em 1580, pelo que se conclui que a ação representada se situa nos finais do séc. XVI, início do séc. XVII.
Tempo representado: tempo que medeia entre o início e o fim da ação representada. Assim, através das falas das personagens conclui-se que os Actos I e II estão separados por oito dias e que entre os Actos II e III, decorrem apenas algumas horas. Logo, o tempo representado será de oito dias (e mais algumas horas...).
Tempo da representação: tempo que é apresentado em cena e ao qual o leitor/espectador tem acesso. Nesta obra está limitado a três momentos fulcrais que correspondem aos três momentos-chave do desenvolvimento da intriga:
1. Exposição /Acto I – um dia: sexta-feira, 27 de Julho de 1599 (Acto I, cena 2, 27ª fala de Madalena);
2. Reconhecimento/ Acto II – um dia, 4 de Agosto de 1599;
3. Desenlace/catástrofe: uma noite, sexta para sábado, de 5 de Agosto de 1599 (Acto III, cena 1).
Tempo da diegese dramática: tempo global referido no texto dramático. Nesta obra será definido a partir da Batalha de Alcácer- Quibir (4 de Agosto de 1578) referida por D. Madalena na cena 10 do Acto II. Assim, assume especial importância para a definição dos limites da diegese dramática a cena 2, do Acto I.
Após o estudo do tempo pode-se concluir que, no Frei Luís de Sousa, não há respeito pela unidade de tempo, regra básica das tragédias clássicas (a acção dever-se-ia desenrolar em doze ou vinte e quatro horas, facto que ajudava à construção da tensão dramática), mas que a concentração temporal progressiva (vinte e um anos – catorze anos – sete anos – oito dias – um dia, cinco horas da madrugada) constitui um dos elementos fundamentais para a estruturação dessa mesma tensão dramática. Parece existir um afunilamento temporal que reduz as hipóteses de «saída» para as personagens que ficam presas numa espécie de rede da qual a única fuga possível é a morte (física ou psicológica).
Fonte: http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.pt/
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